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Paraíso das Águas,19/05/2024

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Bichos nos telhados e 40 horas sem dormir: bombeiro de MS relata rotina de resgates no RS

Bombeiro diz que presenciou momentos dramáticos durante resgates, com muita gente pedindo socorro, além de furtos às casas inundadas


Bichos nos telhados e 40 horas sem dormir: bombeiro de MS relata rotina de resgates no RS

MIDIAMAX - “Chegamos para os resgates no sábado de noite no Rio Grande do Sul, umas 22h, 22h30. Estava chovendo forte na hora e todos os bombeiros já estavam empenhados nas ocorrência. E nisso a gente já presenciou as pessoas desesperadas, ouvindo o barulho do barco e pedindo socorro. Só que não cabia todo mundo de uma vez e a gente fez várias viagens, escolhendo por ordem de risco”. O relato é de um bombeiro militar sul-mato-grossense, convocado para socorrer as vítimas das enchentes do sul do país.

Conforme o bombeiro, nestes três dias grande parte dos militares ficou muitas horas sem dormir, 40 no caso dele. “A gente foi tocando direto. Fui dormir depois de 40 horas e não descansei mais que duas horas. Apesar de desgastante, quando a gente atende as pessoas, não tem cansaço que diminua a nossa vontade de ajudar e isso dá uma revigorada. E operar com os militares do RS está sendo bacana, eles são muito dedicados e tem de outros estados também e isso tá sendo bem legal”, comentou.

Primeiro dia de resgate

Ao chegar no primeiro dia, o militar disse que os bombeiros imediatamente se deslocaram aos endereços. “Estava escuro, os ambientes todos sitiados mesmo e as informações chegando, além de muita gente nos abordando na rua. Agora, nesta fase, estamos um pouco mais tranquilos. Hoje, por exemplo, já chegou a Força Nacional e estamos convidando algumas pessoas a sair de suas casas, só que algumas não querem”, argumentou.

Neste caso, ainda de acordo com o militar, muitos ficam com medo de saques. “Tem casos de hostilidade, gente que age, às vezes, no desespero. E aí tem os atentados que ocorrem, de assalto, de arrombamento, principalmente porque o resgate diminui no período noturno. E aí algumas pessoas não querem descer, querem continuar nas suas casas, nos seus apartamentos, mesmo sem assistência e logística. E a nossa preocupação agora é de previsão de 7 dias de chuva, a partir desta quarta-feira (8). Estamos avisando, mas, algumas não aceitam”, lamentou.

(Corpo de Bombeiros de MS/Reprodução)

Conforme o bombeiro, desde o primeiro dia no Rio Grande do Sul, o que mais o impressiona são os relatos das pessoas dizendo sobre a velocidade que a água subiu nas casas, nos bairros, chegando à região central das cidades e também invadindo prédios.

“E eu vi também, até então, muito cachorro, muito animal, gato, galinha, em cima de telhados. Achei cachorros amarrados lá e aí isso nos deixa preocupado. Nesta segunda fase, ainda das operações que são buscas de gente ilhada, de gente que não tem meios de sair onde estão, é nestas casas que estão os animais nos telhados e, se estão lá largados, possivelmente essas pessoas, donas delas, ainda estão nas casas. E a gente não tem essa certeza para compartilhar a informação. E impressiona muito também as casas submersas, totalmente, parte do bairros submersos, cidades submersas”, lamentou.

Por fim, o bombeiro relata a comoção pública e a grande presença de voluntários na região gaúcha. “Graças a Deus, tem muita gente ajudando e isso me deixa bastante contente, revigorado, feliz, de estar fazendo isso, porque o meu papel é ir buscar alguém em um cenário de risco, deixar as vítimas no conforto e livre deste perigo. E muita gente está ajudando também, anda a pé, levando água, sanduíche, bolo, pote e doces. E enviam pra gente e isso é muito legal e bacana”, finalizou.




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