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Paraíso das Águas,26/01/2025

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Magnata fake dos bitcoins que enganou até a família é preso pela PF

Foragido da Justiça, Thiago da Silva Rocha foi capturado dentro de uma aeronave antes de desembarcar no Aeroporto Internacional de Macapá


Magnata fake dos bitcoins que enganou até a família é preso pela PF

O Grupo de Capturas da Polícia Federal (PF) no Amapá prendeu, na madrugada de terça-feira (3/12), o suposto megainvestidor do mercado financeiro Thiago da Silva Rocha, conhecido como magnata fake dos bitcoins e condenado por crimes de estelionato no Acre.

Foragido da Justiça, ele foi capturado dentro de uma aeronave antes de desembarcar no Aeroporto Internacional de Macapá.

A operação foi desencadeada após a PF receber informações sobre a presença do fugitivo no voo. Rocha foi encaminhado ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval, onde a prisão foi formalizada.
A detenção foi resultado de trabalho conjunto entre o Grupo de Capturas da PF e a Delegacia de Capturas da Polícia Civil do Amapá. Somente em 2024, essa parceria já resultou na localização e prisão de 184 foragidos.

Família enganada

Com lábia afiada, Rocha não perdoou nem os integrantes da própria família. Uma ex-cunhada do criminoso amargou prejuízo de R$ 440 mil após ser convencida a investir com ele. O estelionatário criou o personagem para aplicar golpe estimado em R$ 30 milhões em dezenas de vítimas.

A coluna Na Mira conversou com a vítima em 2022. A servidora pública federal, que foi casada com um irmão do condenado, contou que, até então, o golpista não era muito próximo. “Depois que casei com o irmão dele, Thiago acabou separando e se aproximando mais. Em 2018, ele me procurou pra investir na corretora dele de Bitcoin”, disse.

A servidora relatou que o magnata usou de muita lábia para convencer os familiares a investirem. “Na época, ele me contou que comprou 200 Bitcoins a R$ 2 mil cada, totalizando R$ 400 mil, que era todo o dinheiro que ele tinha. E disse ainda que havia investido R$ 1 milhão para criar plataforma que tinha uma corretora chamada DigStar Exchange. Ele me mostrou um site e me falou sobre como era possível investir valores a partir de R$ 10 mil e obter lucro”, lembrou.

Alguns meses após a investida, a então cunhada descobriu que o marido havia feito aplicações com o magnata e estava recebendo os rendimentos de 5% prometidos havia mais de um ano. “Ele me explicou sobre o assunto, alegando que, como eu era da família, ele não cobraria pela consultoria, e que meu marido estava ganhando dinheiro com ele, que recebia todos os meses, e que ele só deixava investir com ele quem era da família, pois era uma maneira de ajudar as pessoas que ele gostava”, relatou a vítima.

A ex-cunhada do golpista contou ter relutado, mas, em dezembro de 2018, resolveu transferir R$ 40 mil para a conta de Rocha. “Conversei com meu ex-marido antes, e ele aprovava a ideia. E conforme prometido, em janeiro recebi o meu primeiro rendimento de 5% sobre o valor investido, e nos meses subsequentes também. Às vezes, atrasava um pouco, mas todo mês caía”, lembrou.

Como o negócio realmente parecia bom, e o golpista era cunhado da vítima, a servidora acabou confiando de verdade e foi juntando dinheiro. De dezembro de 2018 a abril de 2021, a vítima investiu R$ 200 mil. “Em agosto de 2021, comecei a não receber mais. Passei a mandar mensagem cobrando o rendimento que estava atrasado, e ele me enrolava, arrumava desculpa que tinha dado um problema no site da corretora”, contou.

Pressionado pela ex-cunhada, o magnata resolveu fazer uma reunião para tentar solucionar o problema e quitar a dívida. “Nessa reunião, ele me disse que estava passando por um momento difícil e perguntou se eu aceitaria receber o montante investido em quatro parcelas”, explicou.

Promessa de lucro de 3%

Bom de papo, o operador mostrava aos clientes que era possível ter lucro mensal de 3% sobre o valor aplicado nos chamados blocos de ações e no mercado de criptoativos. Para isso, Rocha fazia reuniões, ministrava cursos de operação no mercado financeiro e mostrava a evolução das aplicações em tempo real por meio de uma plataforma desenvolvida por ele.

Simpático, sedutor e com discurso convincente sobre investimentos, Rocha se aproximou da família de uma trader, acostumada a operar no mercado financeiro. Durante meses, o golpista criou vínculo de amizade com a vítima e parentes dela, como o pai e a irmã. “A intimidade e o elo de amizade eram tamanhos que ele chegava a cozinhar na casa da minha família”, disse a mulher, de 43 anos.

A vítima foi convencida a retirar todas as aplicações financeiras usadas para operar no mercado de renda variável e repassá-las ao suposto trader. O caloteiro chegou a ficar com a senha de várias contas e controlar montante de aproximadamente R$ 1 milhão. “Em troca, Thiago dizia que esse valor renderia 3% ao mês. Ele chegou a pagar alguns dividendos, mas logo parou”, revelou a mulher.

Desconfiada, a cliente pediu o capital de volta, mas já era tarde. O golpista começou a protelar o pagamento, inventar desculpas e se afastar da família. “Ficamos completamente desestruturados financeira e psicologicamente. Toda essa situação caiu como uma bomba na família, que acreditava na honestidade do Thiago. Ele chegava a usar os próprios filhos para passar uma imagem de pessoa de bem”, desabafou.




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