Seja bem-vindo
Paraíso das Águas,18/07/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Avião que explodiu em Ubatuba foi comprado para levar pai de fazendeira para tratar câncer; conheça a história da Família Fries

Patriarca da família Fries teve câncer de pâncreas e morreu em abril de 2012. Acidente matou o piloto Paulo Seguetto e deixou Mireylle Fries, o marido e os dois filhos feridos.


Avião que explodiu em Ubatuba foi comprado para levar pai de fazendeira para tratar câncer; conheça a história da Família Fries

G1 - O avião que explodiu em Ubatuba, no litoral paulista, foi comprado pela família para levar o pai de Mireylle Fries, Milton Fries, para a cidade de São Paulo para que ele pudesse tratar um câncer. O patriarca da família Fries teve câncer de pâncreas e morreu em abril de 2012.

A explosão do avião dos Fries, importante família de Goiás, aconteceu na manhã de quinta-feira (9). No acidente, o piloto Paulo Seguetto morreu e Mireylle, o marido Bruno Almeida Souza e os dois filhos – um casal de 6 e 4 anos - ficaram feridos. Os quatro seguem internados em um hospital em São Paulo.

Um vídeo mostra a aeronave saindo do aeródromo em Ubatuba, passando a pista que margeia a praia e chegando à faixa de areia em chamas - veja acima. O piloto Paulo Seguetto morreu depois de ser retirado das ferragens em parada cardiorrespiratória e passar por tentativa de reanimação.

Segundo a prefeitura e o Corpo de Bombeiros, uma pessoa que passava pela orla no momento do acidente ficou ferida. A prefeitura, que inicialmente tinha informado sobre três feridos que não estariam no avião, disse que uma mulher torceu o pé ao correr e precisou ser atendida.

A Rede Voa, que administra o aeroporto, informou que o avião saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, e tentou pousar em Ubatuba, mas que "as condições meteorológicas eram degradadas, com chuva e pista molhada".

Avião de pequeno porte sofre acidente, em Ubatuba, no Litoral Norte de SP — Foto: João Mota/TV Vanguarda

Avião de pequeno porte sofre acidente, em Ubatuba, no Litoral Norte de SP — Foto: João Mota/TV Vanguarda


Em nota ao g1 Vale do Paraíba, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado para a ocorrência e que, na ação inicial, são utilizadas técnicas específicas para realização de coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial de danos na aeronave, entre outras informações.

A aeronave, com matrícula PR-GFS e modelo 525, pertence à família Fries. Entre os proprietários da aeronave, está o produtor rural Nelvo Fries. Também constam como proprietários no sistema da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Maria Gertrude Fries, Mireylle Fries, Celso Fries, Leyna Fries e Crystopher Fries.

Delegado Silvano (esqueda) e Myreille Fries (direita), em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A família de Goiás que sobreviveu à explosão de um avião em Ubatuba (SP) é conhecida pelo trabalho no agronegócio, sendo uma das famílias mais influentes no sudoeste de Goiás, e por realizar projetos ambientais de referência no Brasil. Além da produção de soja, seus membros tem várias empresas na região.


De acordo com delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), a família realizou ações modelo em Mineiros, sudoeste de Goiás. O Projeto Nascentes, por exemplo, foi iniciado na propriedade da família Fries em 2002.


"Fui para lá para conhecer voçoroca Chitolina e também o trabalho que já teriam realizado, mas só tinha uma placa. O Milton Fries [patriarca da família] estava desesperado", contou o delegado.

Voçoroca Chitolina recuperada pela família Fries, em 2003 e em 2019 — Foto: Reprodução/Polícia Civil

Voçoroca Chitolina recuperada pela família Fries, em 2003 e em 2019 — Foto: Reprodução/Polícia Civil

Luziano contou que o produtor tinha recebido projetos de recuperação da área que custavam mais de R$ 35 milhões, e envolviam o soterramento da voçoroca com 50 mil caminhões de terra. O delegado disse que a família recebeu um projeto realista da Polícia Civil, foi orientada e cumpriu à risca tudo que foi recomendado.

"Plantamos algumas árvores, isolamos a área, fez o terraceamento necessário e hoje o trabalho é modelo para o mundo. Hoje, está lá, totalmente recuperada, estabilizada, bem como também as nascentes", narrou Luziano.

De acordo com o delegado, um corredor ecológico importante para a região também foi restaurado pela família.

"Foi criado um corredor ecológico entre as nascentes do Araguaia e o Parque das Emas. Um trabalho nosso, do Milton e da Mireylle, que mesmo criancinha, já participava de muito", contou o investigador.

Além dos projetos ambientais e da atuação no agronegócio, a família também faz um trabalho filantrópico com instituição de combate ao câncer. De acordo com membros da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer de Mineiros (AVCC), o trabalho de apoio da família Fries começou com o patriarca Milton e foi continuado por seus sucessores.


“Ele [O Milton] fez um aniversário pedindo doações para a AVCC, e nós arrecadamos bastante nessa época”, declarou Sirlene Morais Assis, presidente da associação.

Com o aniversário e outros eventos, Sirlene contou que a instituição conseguiu arrecadar o suficiente para comprar um lote em Barretos (SP), município referência no tratamento de câncer no Brasil.


No local, que fica ao lado do Hospital o Amor, foi construído o Centro de Apoio ao Mineirense, que recebe moradores da cidade e de municípios vizinhos que buscam tratamentos em São Paulo. O espaço conta com 26 alojamentos e 85 leitos, além de refeitório, área de descanso e espaço verde.


Anita Marcolin, voluntária da associação, disse que o patriarca da família Fries não trabalhou sozinho pela instituição: “Ele abraçou a causa e levou muita gente junto. A família toda abraçou também”.




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.