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Paraíso das Águas,29/03/2024

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    Feminicidio em Costa Rica é o 18º somente no primeiro semestre deste ano

    Feminicidio aumenta em Mato Grosso do Sul.


    Feminicidio em Costa Rica é o 18º somente no primeiro semestre deste ano

    Sobe para 18 o número de mulheres mortas pelos companheiros na região, tornando o Mato Grosso do Sul um dos estados que mais matam por feminicídio proporcionalmente à população. Costa Rica já tem duas ocorrências macabras após a morte de Kelly Cristina Rodrigues de Souza (20) anos neste final de semana. Ela discutiu com o namorado e levou a facada de um lado ao outro no pescoço. O agressor decolou a vitima friamente e acabou preso em flagrante pela polícia. Os motivos para as mortes vão da recusa em terminar o relacionamento ou futilidades como a comida estava fria ou a TV não funcionava direito.

    Do dia 1° de janeiro deste ano até 4 de junho, Mato Grosso do Sul registrou 17 mortes por feminicídio segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Mulheres que perderam suas vidas após serem esfaqueadas, asfixiadas, baleadas, atropeladas. Os crimes foram motivados na maioria dos casos, segundo a polícia, por duas razões: ciúmes ou porque os homens não aceitaram o fim do relacionamento.

    Destaque também para motivos fúteis, como no caso da aposentada morta pelo sobrinho e, no mais recente, em que o marido atirou no rosto da esposa porque a TV do casal não funcionava. Dos 17 suspeitos, 14 estão presos. Dois deles cometeram suicídio após os crimes e um está foragido.

    Márcia Lescano, 41 anos

    Márcia foi morta na fazenda onde morava com o marido em água Clara (MS), por motivo fútil, segundo o delegado Felipe Alvarez Madeira: após uma briga porque a TV do casal não funcionava. O suspeito, de 32 anos, atirou no rosto de Márcia com uma espingarda de pressão, adaptada para calibre 22. O marido foi preso em flagrante e, segundo a polícia, "ficou alterado ao saber que a esposa tinha morrido".

    Luana Pricila Oliveira da Silva, 26 anos

    Segundo o Corpo de Bombeiros, o suspeito foi até o uma boate onde a vítima trabalhava e a chamou para uma conversa. Ao chegarem em um quarto, ele efetuou 4 disparos contra Luana. Em seguida, atirou na própria cabeça e foi levado ao hospital em estado grave, morrendo pouco depois. A vítima tinha medida protetiva contra o ex-marido, após uma denúncia de lesão corporal dolosa contra em 2018, segundo a Delegacia da Mulher. Luana deixa um filho de 3 meses.

    Sandra Regina Alez Pereira, 45 anos

    Sandra era funcionária pública e foi assassinada a tiros pelo marido, um empresário de Jardim, a 233 km de Campo Grande. Ela deixou 3 filhos, 2 adultos e uma criança de 5 anos que estava na escola no momento do crime. O crime foi na casa da família. A delegada responsável pelo caso, Bárbara Camargo Alves, disse que eles estavam em processo de separação, mas ainda moravam juntos. O marido de Sandra suicidou-se em seguida ao crime.

    Ivelin Aparecida Alves dos Santos, 45 anos

    Ivelin foi morta com 24 golpes de uma faca de cozinha. O autor do crime é o próprio sobrinho, Ismael Lourival Alves dos Santos, de 22 anos, com quem vivia na mesma casa, em Campo Grande. De acordo com a polícia, o corpo apresentava perfurações em diversos pontos, indicando tentativa de defesa da vítima. Ivelin foi encontrada pelo irmão, pai do suspeito. O Ismael fugiu, mas entregou-se à polícia 3 dias após o crime e permanece preso.

    Nilce Elias da Rocha Bento, 56 anos

    O crime aconteceu na residência do casal. No local ficaram manchas de sangue no travesseiro, nas paredes e no chão. Foi a filha quem encontrou a mãe morta e chamou a polícia. Uma filha do casal, deficiente, presenciou toda a cena. No local os policiais apreenderam a faca usada no crime e ainda uma espingarda adaptada para cartuchos 36 e 22mm. O suspeito, Aderval Bento, fugiu no carro da vítima. Ele apresentou-se à polícia dias após e está preso.

    Maria das Graças da Hora Pereira, 49 anos

    Maria foi morta com 29 facadas e quase teve o pescoço decepado pelo ex-namorado, em Terenos. — Foto: Facebook/Reprodução Maria foi morta com 29 facadas e quase teve o pescoço decepado pelo ex-namorado, em Terenos. — Foto: Facebook/Reprodução A vítima foi morta no assentamento Paraíso, em Terenos, a 32 km de Campo Grande. De acordo com a polícia, a mulher foi assassinada com 29 golpes de faca pelo ex-marido. O atual namorado da vítima, de 56 anos foi morto a tiros. Segundo o delegado responsável, o suspeito, de 54 anos, está foragido. Ele trabalhava com o irmão de Maria e na noite do crime, entrou em contato com o sócio e disse que estava indo embora, sem dar informações sobre o destino. O G1 entrou em contato no dia 5 de junho com o delegado de Terenos, André Mendonça, que informou que o suspeito continua foragido.

    Jheniffer Cáceres de Oliveira, 17 anos

    O corpo da jovem foi encontrado no dia 1º de abril enrolado em um cobertor dentro do quarto na casa onde o casal vivia, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. O namorado a esganou com as mãos e depois, usou um fio de cabo de celular, que arrebentou. Em seguida, pegou a coleira do cachorro do casal e sufocou Jheniffer até a morte. Eles tinham um relacionamento há 1 ano e 4 meses. Paulo Eduardo dos Santos, de 18 anos, chegou a dormir dois dias ao lado do corpo. Ele foi preso e em depoimento no dia 1° de abril disse que agiu em "legítima defesa", porque a namorada o teria agredido com um cabo de vassoura.

    Neuricleia Martins da Silva, 41 anos

    Neuricleia foi morta na casa onde morava com o marido, em Chapadão do Sul, a 333 km de Campo Grande. De acordo com a polícia, o suspeito usou uma panela elétrica de arroz para ferir a vítima na cabeça, além da suspeita de asfixia. O mecânico de 52 anos, entregou-se no início no dia 1° de março em Costa Rica, a 347 km da capital. conforme o delegado responsável pelo caso, o suspeito "tem uma personalidade agressiva". "Nos registros da polícia consta que ele é uma pessoa violenta, possui oito ocorrências por ameaças, vias de fato e lesão corporal, das quais cinco são por violência doméstica. Ele está preso.

    Edinalva Ferreira Melgaço, 34 anos

    Edinalva foi morta na frente de um dos filhos, de 15 anos, em Costa Rica, a 338 quilômetros de Campo Grande. O adolescente estava com a mãe em uma motocicleta quando o pai os fechou com o carro que dirigia e ambos caíram. O pedreiro, de 39 anos, desceu do veículo e deu vários golpes de machadinha na ex-mulher, ainda na calçada. Mesmo ferida, ela conseguiu correr para uma pizzaria em frente, o ex a alcançou, a atingiu com mais golpes e fugiu. A mulher e o filho foram socorridos e levados para o hospital. Ela morreu na ambulância da unidade de saúde quando seria transferida para Campo Grande. O pedreiro foi preso na madrugada do dia do crime após alegar que matou a ex-esposa por ciúmes e que ficou transtornado com o fim do relacionamento.

    Nádia Sol Neves, 39 anos

    O crime aconteceu no dia do aniversário de Nádia quando ela chegava em casa, em Corumbá, a 415 quilômetros de Campo Grande, após ter comemorado a idade nova. Vizinhos contaram ter visto o suspeito de 31 anos, abordar a ex e ela tentar fechar o portão para que ele não entrasse. No entanto, ele conseguiu abraçá-la e a esfaqueou. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Edevaldo Costa Leite se apresentou à polícia acompanhado de advogada, confessou o crime e está preso. Vizinhos disseram à polícia ele a esfaqueou por não aceitar o fim do relacionamento.

    Laís Peres Rodrigues, 26 anos

    Laís foi estrangulada até a morte pelo marido, em Alcinópolis, a 353 km de Campo Grande. De acordo com a polícia, a vítima teria denunciado o companheiro por violência doméstica um mês antes do crime. Segundo o delegado responsável pelo caso, os dois estavam em casa e durante uma festa, o casal consumiu bebida alcoólica e discutiu, momento em que o suspeito imobilizou a vítima e a estrangulou. João Gomes de Olindo, de 39 anos, foi preso em uma fazenda a 35 km de Alcinópolis. Ele estava foragido e respondia por uma outra tentativa de feminicídio ocorrida em 2016. Na época, a vítima tinha 15 anos e sobreviveu à violência.

    Carla Sampaio Tanan, 36 anos

    Carla e o namorado moravam em Dourados, região sul do estado, mas estavam em Caarapó participando do aniversário da sobrinha dele. Em um determinado momento, eles foram levar os presentes da aniversariante na casa dela e o rapaz teria dito que ele voltaria sozinho para a festa. Ela teria dado socos e pontapés no veículo e o suspeito então engatado a ré, acelerado e atropelado a namorada. Ele passou com o carro sobre a cabeça dela.

    A defesa do operador de máquinas Thiago Belatores, de 29 anos, preso no dia 10 de março, diz que a discussão entre o casal teria começado porque Carla Sampaio Tanan, de 36 anos, teria "sensualizado muito" na festa onde eles estavam, e que ele não tinha a intenção de matá-la. A Polícia Civil, que investiga o caso, trabalha com a hipótese de que Thiago já teria planejado matar a namorada.

    Adriana Martins, 47 anos

    Um trabalhador rural, de 52 anos, foi preso após forjar uma cena de suicídio e matar, estrangulada, a companheira em Iguatemi, a 472 km de Campo Grande. De acordo com a polícia, o suspeito de 55 anos, apresentou inúmeras contradições, porém acabou confessando que tinha um relacionamento amoroso com a vítima. Ele era casado e quando a esposa descobriu a traição, abandonou-o, e ele passou a morar com a vítima.

    A primeira pessoa que a encontrou o corpo, conforme a polícia, a viu ajoelhada e com uma corda passada no pescoço, além de arames. "A investigação constatou que era uma cena montada e que não se tratava de suicídio. As evidências são de que ela foi estrangulada. O homem permanece preso.

    Adriana Gomes, 38 anos

    A vítima foi morta com um golpe de faca no peito na frente de amigos e dos filhos na aldeia Amambai, no município de mesmo nome, que fica a 332 quilômetros de Campo Grande. De acordo com a Polícia Civil, Milton Homero, de 48 anos, que também é indígena, foi preso quinta-feira, 28 de março. O homem foi encontrado escondido em um barraco, num matagal às margens da MS-386, no trecho que corta Aral Moreira.

    Rayanne Moreira, 21 anos

    A jovem morreu após o marido, de 24 anos, passar com um carro de luxo em cima da cabeça dela, em Eldorado, a 441 km de Campo Grande. De acordo com a polícia, o casal estava junto há alguns meses. Em depoimento, o irmão do suspeito informou que na noite anterior, Hugo Henrique Perin, teria agredido a esposa, e por conta disso, os dois estavam brigados. Após a discussão, ela teria deixado a casa onde os dois moravam. O suspeito está preso.

    Silvana Tertuliana Pereira, 42 anos


    O corpo da merendeira foi encontrado com uma faca cravada no peito e enrolado em um cobertor. De acordo com a policia, o corpo da vítima foi deixado em um terreno no Portal Caiobá, por volta da 1h do dia 11 de janeiro. O animador de festas e pedreiro Jesus Ajala da Silva, de 46 anos, confessou o assassinato da merendeira. Em depoimento, ele disse que "ficou um tempo sem saber o que fazer com o corpo" e, por isso, a deixou no banheiro dele, por 35 horas.

    Eronilda Gabriel, indígena, 34 anos

    O caso de Eronilda não é contabilizado nas estatísticas da Sejusp porque, segundo a Justiça, trata-se de homícídio, porém, nos números da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Mulher, a indígena é considerada vítima de feminicídio. Por esta razão, os números divergem: Sejusp afirma que são 16 casos até junho e a Subsecretaria, 17 casos. Eronilda foi assassinada com 4 tiros por um homem a quem teria chamado de "frouxo" por recusar sexo em Campo Grande (MS), em 25 de janeiro deste ano. O suspeito informou à polícia que estaria em um programa com a vítima, versão que é contestada pela família e pela Subsecretaria estadual de políticas públicas para Indígenas.

    Cultura machista

    A promotora Luciana Rabelo, titular da 72° Promotoria de Justiça e coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica, afirma que o perfil dos assassinos é o mesmo:

    "As causas desse aumento de feminicídios estão ligadas à cultura machista, ao patriarcado, homens que vêem a mulher como objeto, a querem submissa e não a reconhecem como um ser humano com os mesmos direitos."

    Para combater os índices alarmantes, Rabelo explica que as promotorias de violência doméstica fazem trabalho preventivo para o enfrentamento aos delitos relacionados com violência de gênero, entre eles o feminicídio.

    Além disso, a celeridade nos julgamentos também visa coibir esse tipo de crime: "Nos casos julgados de feminicídio consumados, os autores foram condenados. Apenas um delito cometido em 2015 ainda está pendente de julgamento, os demais foram todos julgados, e delitos de 2016, 2017 e até mesmo de 2018 também já foram julgados", afirma.

    Em abril, um dos casos de maior repercussão em Mato Grosso do Sul, o assassinato da musicista Mayara Amaral teve seu desfecho com a condenação do acusado, Luis Roberto Pereira. O crime aconteceu em julho de 2017. O assassino foi condenado em júri popular por feminicídio e, com as qualificadoras, sua pena é de 27 anos e 2 meses de prisão.

    Chapadense News/G1




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