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Paraíso das Águas,16/04/2024

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    Alvos de operação, advogados de MS recebiam mensagens com ordens de Marcola do PCC

    Transferência de presos e atentados contra autoridades eram temas de mensagens

    Fonte: (Foto: Leonardo de França/Midiamax),
    Alvos de operação, advogados de MS recebiam mensagens com ordens de Marcola do PCC Ação cumpriu mandados em cidades de MS

    Integrantes do núcleo do PCC (Primeiro Comando da Capital) apontado como ‘Sintonia dos Gravatas’, advogados de Campo Grande trocavam mensagens e mantinham contato com a defesa de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, tido como liderança da facção. Seis advogados foram presos na Operação Courrier, na última sexta-feira (25).

    Os mandados de  foram deferidos em dezembro de 2021, após investigações do Gaeco (Grupo de Operações Especiais de Combate ao Crime Organizado). A partir de interceptações telefônicas e também de depoimentos, foi possível identificar a estrutura do núcleo formado principalmente por advogados, que agiam como ‘pombos-correio’, repassando mensagens entre integrantes do PCC.

    Um dos investigados utilizava login e senha do então chefe do Cartório da 1ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande, ilegalmente. Os acessos foram feitos por ao menos um ano. No relatório do Gaeco é apontado que o advogado teve contato com Marcola, a partir da defesa deste.

    Na ocasião, o líder do PCC teria questionado sobre a remoção de presos do regime fechado da Gameleira, em Campo Grande, para outros presídios. As investigações concluíram papel importante dos advogados para a estrutura da facção criminosa. Estes seriam responsáveis ainda por administrarem dinheiro e contas do PCC, além de receberem os ‘salves’.

    Planejavam atentados

    Em uma última transferência de membros do PCC para presídios federais, Marcola teria demonstrado insatisfação, planejando atentados contra promotores de Justiça de Goiás e também de . A determinação dos atentados teria saído do presídio a partir de um integrante do PCC recentemente condenado.

    Este teria entregue o ‘recado’ a duas advogadas, também alvos da operação. Outros servidores públicos também foram implicados no relatório, como responsáveis por auxiliarem os advogados do PCC, entre eles servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Um também foi alvo da Operação Courrier.

    No celular do suspeito foram encontradas mensagens e recados a serem passados, além de fotos de execuções que teriam sido praticadas pela facção. Já no celular do então chefe de Cartório, foram encontradas ordens para que membros do PCC assassinassem juízes e promotores de Minas Gerais.

    Ligação direta com Marcola

    Um dos membros do PCC de Mato Grosso do Sul cumpria pena no Presídio Federal de Brasília, onde teria se aproximado de Marcola. Depois, veio transferido para a Gameleira em Campo Grande, onde passou a ser encarregado de transmitir ordens e informações aos ‘gravatas’.

    Nas conversas entre advogados, eles falam sobre a execução de um homem em Pedro Juan Caballero (PY). O advogado de Marcola chega a comentar sobre a execução, esclarecendo que o homem foi assassinado pelo PCC, já que ele teria matado o primo de um membro da facção, sem a ordem superior. Ele também determina que um advogado de MS auxilie a família do assassinado.

    Por fim, o Gaeco também cita a participação dos policiais penais, sendo que um teve o pedido de prisão deferido. Estes estariam recebendo remuneração indevida, em troca da transferência de presos e alteração dos registros. Foi constatado que um advogado teria pagado R$ 40 mil para conseguir a transferência de um preso para Minas Gerais.

    No entanto, não foi identificado o  que recebeu o valor. A operação realizada na sexta-feira cumpriu ao todo 38 mandados judiciais, em Campo Grande, Dourados, Jardim e Jaraguari. No dia da operação, o Midiamax apurou que um advogado foi preso no condomínio Acqua Verano, na Avenida Rachid Neder.

    Já na rua Sebastião Lima, na residência onde mora um casal, policiais cumpriram dois mandados, sendo um de busca e apreensão e um de prisão. Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) também atuam na operação.

    Midiamax




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