Ao som da viola caipira, Mundo Novo e MS se despede de Jairo de Lima Alves, ícone da comunicação e da literatura sul-mato-grossense
Aos 75 anos, Jairo ainda era ativo nas redes socias, internet e na escrita do jornal impresso, famoso no Cone Sul de MS

Ao som da viola caipira e em meio à emoção de familiares e amigos, foi sepultado na manhã desta segunda-feira (11), no cemitério municipal de Mundo Novo (MS), o jornalista e escritor Jairo de Lima Alves, que faleceu aos 75 anos neste domingo (10), Dia dos Pais.
O cortejo saiu da Igreja Assembleia de Deus, onde o corpo foi velado, em direção ao jazigo da família. A despedida foi marcada por homenagens e recordações de uma trajetória que se confunde com a própria história da comunicação na região. A esposa, Luzimar Belmont Alves, os filhos Junias e Maicon, netos e demais familiares acompanharam cada momento, transmitido ao vivo por um familiar no Instagram - clique aqui.
Uma vida dedicada à palavra e à comunidade
Nascido em 17 de julho de 1950, na Fazenda Gameleira, em Maetinga (BA), Jairo mudou-se ainda bebê para o sul do país. Chegou a Mundo Novo aos 19 anos e rapidamente se tornou referência no jornalismo, na política e na literatura.
Fundador e diretor do jornal Tribuna do Povo desde 1979 e criador do blog Recanto do Escritor, publicou dezenas de livros, entre eles Viagem ao Inferno, O Discípulo Amado e Caminho de Luz. Também foi vereador (1977-1983), presidente da Câmara Municipal e candidato a deputado federal em 1982.
Seu trabalho lhe rendeu títulos e reconhecimentos, como o de Cidadão Honorário de Mundo Novo, e a admiração de colegas, leitores e ouvintes. Apaixonado pelo rádio, pela música sertaneja raiz e pela comunicação comunitária, adaptou-se às redes sociais, conquistando seguidores com programas, reflexões e mensagens de otimismo.
Uma batalha silenciosa pela vida
Em 17 de maio deste ano, Jairo foi internado com fortes dores abdominais, diagnosticadas como diverticulite. Dois dias depois, sofreu rompimento intestinal e passou por três cirurgias no Hospital Marechal Cândido Rondon (PR). A luta se estendeu por 82 dias na UTI, marcada por complicações como infecções generalizadas, insuficiência renal e problemas pulmonares.
Durante todo o período, contou com a presença constante da esposa e o apoio da família, que manteve a fé e a esperança, celebrando cada pequeno avanço no quadro de saúde.
Lembranças e legado
Em 2016, Jairo viveu a dor da perda do filho primogênito, Jairo de Castro Alves, experiência que transformou em mensagens de fé e resiliência. Manteve laços fortes com Paraíso das Águas, onde visitava irmãos e amigos, participando de eventos culturais e elogiando a dedicação das rádios e meios de comunicação locais.
Mais do que um jornalista, Jairo foi um contador de histórias e construtor de pontes humanas, usando a palavra como instrumento de união e transformação.
Despedida com gratidão
O silêncio que hoje paira sobre seu estúdio e microfones é preenchido pelo legado de ética, paixão pela comunicação e amor à vida. Em suas próprias palavras, que agora ganham ainda mais significado:
“Ninguém consegue superar as metas sem que surjam as provas durante a caminhada. Isso é necessário para que haja crescimento pessoal.” – Jairo de Lima Alves
A memória de Jairo seguirá viva nas páginas que escreveu, nas ondas do rádio que tanto amou e nas vidas que tocou com sua dedicação e generosidade.
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