Seja bem-vindo
Paraíso das Águas,26/04/2024

  • A +
  • A -
Publicidade

Superlotação em hospitais deixa 175 pessoas sem vaga em Campo Grande

Os três hospitais da Capital estão no limite e pacientes aguardam leitos em UPAs, CRSs, no Centro Municipal Ortopédico, além de 40 do interior

Álvaro Rezende/Correio do Estado
Superlotação em hospitais deixa 175 pessoas sem vaga em Campo Grande Pacientes aguardavam do lado de fora para receber atendimento na UPA do Coronel Antonino.

Restrições de atendimento devido à superlotação dos três hospitais de Campo Grande tem afetado diretamente a atuação de Unidades de Saúde 24 horas da Capital. 

Isso porque Santa Casa, Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian pediram que a Central de Regulação reduza o envio de pacientes para esses locais, devido à falta de vagas. 

O resultado é que na tarde de ontem, 175 pessoas estavam aguardando vagas em unidades hospitalares.

De acordo com o coordenador de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Yama Higa, a situação dos hospitais da Capital, que reduziram o atendimento a novos pacientes, reflete nas unidades de saúdes da cidade.

Com essa restrição, às 15h de ontem, 135 pessoas em Campo Grande esperavam por um leito em unidades hospitalares, além de mais 40 de municípios do interior de Mato Grosso do Sul referenciados para a Capital.

Desses pacientes de Campo Grande, 45 estavam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 20 em Centros Regionais de Saúde (CRS), 35 no Centro Municipal de Ortopedia (Cenort) e 35 em hospitais e aguardando transferência para outros centros médicos.

“Isso causa problemas nas nossas unidades de saúde, falta leito, os médicos têm muitos pacientes para serem reavaliados e o atendimento as pessoas com problemas que não são de urgência acaba demorando mais que o normal”, conformou Higa.

A situação, ainda segundo o coordenador da Sesau, não foi restrita a ontem, já que na semana passada 215 pessoas acabaram na mesma situação em Campo Grande.  

“Ainda está sob controle, temos um número de leitos que consegue comportar essas pessoas nas UPAs e CRSs. Os hospitais têm essa prerrogativa de restringir quando chega no limite, o problema é só que está virando rotineiro”, avaliou.

Conforme o coordenador, além da ortopedia, que representa a maior parte dos atendimentos, principalmente na Santa Casa, outras comorbidades também tiveram um aumento na demanda.  

“Temos essa epidemia que não é de Covid-19, mas que é dos acidentes de trânsito, e agora que houve uma redução nos casos do novo coronavírus, muitas pessoas de outras doenças, que não estavam saindo de casa, já estão procurando atendimento”.

PACIENTES

Com restrições em atendimentos dos três hospitais, a lotação em UPAs consequentemente se tornou uma realidade. 

Em acompanhamento as Unidades do Coronel Antonino e Universitário foi possível ver grande número de pessoas esperando atendimento dos profissionais da saúde.  

Danuza de Barros relata seu desagrado com o serviço ofertado pela UPA Coronel Antonino. 

"Eu cheguei aqui era 10h40 e estou saindo agora 15h52, eu estou com dor no corpo, náusea, falta de apetite, muita fraqueza e fui atendida só agora, passei a manhã toda aqui, mas tem gente desde mais cedo sem atendimento", disse. 

"Não estão examinando a gente, só perguntam o que você tem e prescreve a receita, está lotado, inclusive uma mulher saiu batendo na porta de tão brava", completou".

O mesmo aconteceu com dona Maria de Lurdes, atendida depois de cinco longas horas esperando, a senhora relatou que estava estremamento frustrada com o atendimento, visto que nem examinada foi. 

A lotação da Unidade era vista por qualquer um que passa-se pela rua.

No caso de Emerson da Silva atendido na UPA Universitário, com as duas pernas fraturadas, ele relata ter encontrado uma grande fila de espera na Unidade Básica de Saúde, com muitas pessoas esperando o mesmo atendimento urgente que ele. 

De acordo com o jovem seu encaminhamento foi feito para o Centro Especializado Municipal (CEM) após horas de espera.

Atraso de salários é uma das causas de restrições na Santa Casa da Capital

Além da superlotação, a Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, também enfrenta frutos de uma desorganização do setor financeiro do hospital, já que há categorias que alegam estar com 4 meses de salários atrasados.  

Essa situação fez com que vários atendimentos fossem restringidos no local, como as cirurgias eletivas, já que os profissionais autônomos ou que atuam como Pessoa Jurídica (PJ) estão sem receber há vários meses.

Segundo um médico cardiologista, que atua como cirurgião cardíaco na unidade hospitalar, e preferiu não se identificar, os profissionais desse setor não receberam os salários de junho, julho, agosto e o de setembro, que venceu o dia 10 de outubro.

“Nós protocolamos um ofício na Santa Casa, no Ministério Público, na SES e na Sesau informando que, se até o dia 31 de outubro não recebermos todo o valor devido, vamos paralisar todo tipo de atividade, não só as eletivas”, afirmou.

Conforme o profissional, os médicos PJs e autônomos recebem por meio da produtividade, ou seja, recebem a cada cirurgia ou procedimento realizado e também pelos plantões tirados, entretanto, nenhum deles teria recebido pelo trabalho feito. 

“O único período que não teve atraso foi durante a intervenção, a partir do momento que devolveu para a Associação só aumentou os atrasos”, disse.

Outro problema foi apontado por um médico ortopedista, que prefere não se identificar. Segundo ele, a Santa Casa estava com o pagamento atrasado há quatro meses. “Há dez dias pagaram 2 meses. Hoje [ontem] voltará a ficar três meses em atraso”.

RESPOSTA

Em contato com a reportagem, o hospital informou que “o pagamento referente ao mês de junho nas duas categorias (PJ e autônomos) está quitado". Em relação aos meses de julho e agosto, 50% dos valores foram pagos, ficando em aberto o mês setembro". 

"Para o mês de outubro, o prazo de pagamento é até o final do mês. Vale ressaltar que o não pagamento integral existe face aos repasses contratuais em atraso pelo Poder Público, gerando um efeito cascata nos débitos mensais do hospital”, diz outro trecho.

O hospital afirmou que o município teria uma dívida de R$ 13.536.004,12 com a unidade, que seria referente a “diferenças nos valores que são devidos em contrato (pós-fixado) com o Sistema Único de Saúde (SUS)”. 

Por este motivo a unidade impetrou com uma ação contra a administração. O centro médico alega ainda que o governo do Estado também deve recursos à unidade.


Midiamax




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.